sexta-feira, 26 de junho de 2009

A pop caiu também

"O mundo é para quem nasce para o conquistar.
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão."


TABACARIA

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)


Estafadíssimo de mais uma época de exames desgastante, cheguei a casa apenas às 11 da noite.
Fui matar saudades do poder informativo da Internet e correr todos os sítios de interesse intelectual, incluindo alguns sites informativos americanos. Entretanto, li um título. "Michael Jackson morreu". Pensei que era mais uma paródia feita de paragonas no título. Percebi que havia alguém que tinha mesmo avançado com essa notícia, mas era o TMZ.com (sítio sobre o qual ouvi palavras incrivelmente duras ontem nos media portugueses, que não admitem menos que uma "conspurcação" da vida dos famosos feita nesse site). Meia-hora depois, todo o Mundo começou a falar sobre este acontecimento. E, no fim, acordei ainda mais cansado do que já estava antes de tudo isto.

Não há muito a dizer de alguém que aos 5 anos, já era cabeça-de-cartaz de uma banda, por sinal os Jackson 5, nenhuns desconhecidos.

Recordo com imensa saudade já "Beat It", uma das mais gigantescas canções "pop" alguma vez feitas. Quando parecia finalmente começar a granjear dentro do público global que o conhece mais ou menos bem um estatuto definitivo de indefectível na cultura pop depois de abafado por quase 20 anos de decadência a vários níveis, quando o único disco que até hoje vendeu mais de 100 milhões de cópias em todo o Mundo e que é o "sonho americano" da indústria discográfica mundial fez 25 anos, quando artistas vários lhe foram mostrando respeito e raízes (veja-se o caso dos Fall Out Boy que fizeram uma cover de, precisamente, "Beat It"), quando prometia voltar para um último adeus, o estuque caiu.

Tudo o que representa a canção em vídeo encontra-se veiculado no comentário que fiz hoje no PLANETA POP:

"Nem de propósito, quando soube da notícia tinha acabado de chegar a casa e estive toda a noite a ver a sky e a CBS. Foi também a música que me veio logo à cabeça e a que mais gosto, sem dúvida. Resume tudo o que Michael Jackson foi: o protótipo perfeito de estrela pop, com uma grande equipa atrás, mas com qualquer coisa a mais que os demais, qualquer coisa a mais para a sua época. Um arquétipo díficil de esquecer e suplantar pelas ruas da pop contemporânea para massas, sem dúvida."