segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A MELHOR CANÇÃO DE 44 EDIÇÕES DO FESTIVAL DA CANÇÃO RTP

É verdade, tenho quase 20 anos e não trocaria a noite de ontem, primeiro em casa, depois em convívio com alguns amigos, a descobrir qual seria a canção eleita pelos Portugueses que se interessaram por tentar escolher a melhor canção de entre 44 canções vencedoras dos Festivais da Canção da RTP por qualquer festa de Entrudo. Até digo mais: no mínimo, o Carnaval provoca-me, no geral, indiferença. Dos tempos de estudante sobram as férias, dos tempos de trabalhador irão restar o feriado e eventuais tolerâncias de ponto que deixem a faculdade de poder passar bem longe de mais consumismo e de mais confusão - não poderia ser de outra forma quando todos nós escolhemos a mesma noite para celebrar...o mesmo.
Apesar do pretexto mais profundo deste conceito de concurso composto por 4 sessões semanais em que 3 canções foram escolhidas para totalizar uma dúzia que pudemos observar e escutar 2 vezes na antena da radiotelevisão portuguesa ser de raiz mais uma terrível tentativa de singularizar e reduzir a pequenas sentenças o gosto plural do espectador, e evidentemente, o de obter audiências e de certamente afimar num panorama televisivo generalista de 4 canais de vez que "a televisão é para velhos, o trabalho para os novos", era à hora neste mesmo panorama o programa talvez mais estimulante que poderia ser presenciado, podendo nós relembrar 12 excelentes canções que, embora sendo todas de um passado mais ou menos recente e de ancorarem a percepção dos telespectadores a um passado musical que parece não poder ser sequer igualado, são, definitivamente, 12 excelentes poemas. Pena que tenho de quem não tem, como eu tenho ao lado, TV por cabo...
Ao longo destas 4 semanas, de tudo houve. Versões péssimas e tão boas ou melhores que as originais, e na grande final, uma cantora rouca e um cantor que se esquece da letra de "Playback" de Carlos Paião. Uma autêntica rollercoaster!

Duas figuras emergiram subrepticiamente por marcarem presença em mais de uma canção eleita: Simone de Oliveira, a intérprete de voz refulgente do "Sol de Inverno" e d' "A Desfolhada Portuguesa"; Ary dos Santos, o poeta (e declamador) extraordinário responsável pela poema/letra desta última canção e de "Menina" de Tonicha.

Mas qual afinal a MELHOR CANÇÃO? Noutro programa havia sido eleita como melhor canção portuguesa "Cinderela" de Carlos Paião. Aqui havia "Playback" para votar, que até terá sido uma das mais votadas, mas quem venceu a contenda foi "Senhora do Mar", a canção vencedora do 44º Festival da Canção RTP, de 2008.
Não querendo ofender ninguém em Portugal por fazer finca-pé da minha embirração com o facto de ter de escolher uma canção favorita, escolher a canção mais recente como a melhor canção da história do Festival da Canção RTP tem uma possível explicação empírica associada (foram apenas os madeirenses e que terão votado? Até poderiam ter sido os mais jovens...mas onde estavam eles a essa hora?) tão absurda como o conjunto das razões não objectivas que poderemos encontrar para explicar tamanha efeméride - mesmo reconhecendo que a sua presença neste lote de 12 canções é inteiramente justa, sendo uma das canções da minha preferência.

Para terminar, deixo a lista das 6 canções que me encantam mais hoje em dia, recolhendo aqui um vídeo da melhor versão escutada (sempre que a RTP deixar...) e da mais marcante ou mais bela interpretação do cantor original:

"TOURADA" - FERNANDO TORDO




"MENINA" - TONICHA






"UM GRANDE, GRANDE AMOR" - JOSÉ CID




"A DESFOLHADA PORTUGUESA" - SIMONE DE OLIVEIRA






"PLAYBACK" - CARLOS PAIÃO




"E DEPOIS DO ADEUS" - PAULO DE CARVALHO



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