terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um presente de Natal

Sem dúvida o melhor momento musical do novo "Late Night" da NBC com Jimmy Fallon. Uma prestação ao vivo de JULIAN CASABLANCAS com a sua música de Natal acompanhado pelo próprio Jimmy Fallon, Horatio Sanz e os The Roots como banda de suporte. A ironia maior desta actuação é que a canção que Mr. Julian veio cantar é uma versão de um momento clássico do "Saturday Night Live", quando Jimmy Fallon fazia parte do programa.
Divertir a audiência, o convidado, os apresentadores, a responsabilidade de aliciar a seguir a Conan O' Brien na antena. Uma pequena grande prenda para um pequeno grande Natal. Feliz Natal!





JULIAN CASABLANCAS - I WISH IT WAS CHRISTMAS TODAY live, Late Night With Jimmy Fallon, 21/12/2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

2009

2009 está prestes a passar à história e com ele vamos perdendo as energias que nos sobram até chegar 2010 e um novo fulgor, numa nova década, numa nova vida. Como falamos de um ano terminado em 9, falamos nos melhores do ano mas também nos melhores da década. Em época natalícia, parece ser difícil chamar a alguém de “pior da década” sequer, quanto mais falar dos melhores da década, ainda por cima quando ando no meu mp3 com uma playlist terrivelmente aleatória de grandes discos da década, como “Bubblegum” de Mark Lanegan (2004), “Sung Tongs” dos Animal Collective (2004), “Kid A” dos Radiohead (2000), “Primavera de Destroços” dos Mão Morta (2001), “Want Two” de Rufus Wainwright (2004), entre outros. Correndo os anos 2000-2009, tanta coisa se passou, e tanta banda se fez e se desfez e/ou se voltou a juntar. Foi a época de reuniões jamais imaginadas, de um “boom”de bandas que se deveu á generalização da Internet de onde saltaram fenómenos de vendas. Quase tantas foram as bandas que ouvimos falar só por causa do decaimento da televisão e da cultura de massas e da assunção de um “do-it yourself” espalhado por imensas áreas onde cada um pode ser o que quiser, como as doenças que o acelerar da tecnologia mostrou que não eram novas nem sequer talhadas para serem doenças de uma nova era – casos da SIDA e da Gripe A – H1N1. Foi e será a década, mas acima de tudo o tempo dos gadgets, das redes sociais, da fina linha entre o tudo e o nada, entre o perder e o ganhar, entre os valores que surgem e os que perdem o seu valor.
Por isso, talvez seja difícil falar em melhores da década, quando centenas de bandas farão sempre parte da nossa lista de bandas que não singraram mas que trouxeram bons momentos. É o caso dos The Idle Hands, de que ouvi falar em 2006 e que só este ano editaram o álbum de estreia que agora vou ouvir. “Loaded”, a canção que me fez interessar por eles, é uma canção que muitas bandas de sucesso desta década quiseram mas não conseguiram escrever. Os melhores da década serão, sem dúvida, quem desta década conseguimos aproveitar para ouvir no futuro e quem queremos já ouvir com disco novo em 2010 ou no dia seguinte a beijar os ouvidos com o nosso álbum, a nossa música preferida. Tal não significa que vamos comparar estritamente um “Heathen Chemistry” dos Oasis com um “Elephant” dos White Stripes. É óbvio que discos como este último ou “Kid A” dos Radiohead são discos históricos desta década, de génios que mudaram claramente a música que se fez e se vai fazer.
Confesso que o maior prazer que tenho nesta altura em que se fazem as listas dos melhores do ano é poder saber quais os melhores para quase toda a gente e poder aprender mais um pouco – isso inclui ouvir outros discos que não ouvi durante o ano.
Infelizmente, 2009 foi dentro desta última metade da década em que houve um acentuado “boom” criativo em diversas áreas da música alternativa o ano em que tanta inovação e tanta gente nova não conseguiu criar um disco que valesse mais que 4/5 ou 8/10, sensação com que até já tinha ficado quando me propus a fazer o balanço do ano anterior. Contudo, se considero que “Intimacy” dos Bloc Party pode ser considerado um dos discos desta década, também considero que o melhor disco de 2009 é merecedor dessa distinção com menor peso na consciência até - “Phrazes for The Young” de Julian Casablancas.
Ninguém esquece “Is This It” dos Strokes, um dos discos que personifica claramente o futuro da música: a inovação é perfeitamente subjectiva. Podemos perguntar se os Television não teriam feito algo semelhante, mas os Strokes e os Television são, em perfeita terminologia futebolística, dois jogadores da mesma posição. Convém é não nos esquecermos que não há jogadores idênticos, e que cada um dá o seu toque à sua posição. Daí que “Is This It” seja agora tão elogiado: porque ao fim de tantos anos, ainda sobra a energia e conspicuidade de temas como “Hard To Explain” ou “Take It or Leave It”.
Quanto a “Phrazes for The Young”, é um tremendo exercício de pop a la Strokes. Não há melhor descrição: ouvimos um passeio de Mr. Julian agasalhado com a garra dos Strokes na passadeira vermelha da melhor pop contemporânea de inspiração claramente anos 80, com um copy-paste directo ao “good feeling”. Nenhum tema é a pop que ouvimos, mas todos os temas não constituem menos que uma interpretação decente da criação artística de música…pop. São apenas 8 canções, nem mais nem menos, onde quem pensava que os Strokes poderiam estagnar vê aqui o sucedâneo ideal de “First Impressions of Earth”, e onde quem não concorda ou sequer se importa com isso, viaja pela melhor criação a solo de um líder de uma banda de topo desde “Viva Hate” de Morrissey. Porquê esquecer o bom que já se fez e não olhar para tudo isso ao contrário?
Para além de “Phrazes for The Young”, também marcaram para mim o mercado fonográfico de 2009 os discos dos Yeah Yeah Yeahs, Pet Shop Boys, IAMX, Girls, Doves, Antony and The Johnsons, The Pains of Being Pure At Heart, Royksöpp, Animal Collective, Bruce Springsteen, Gossip, Junior Boys, The XX, Phoenix, Zoot Woman, The Horrors, Franz Ferdinand, Neko Case, Dirty Projectors, Fever Ray, Grizzly Bear, Sonic Youth, Arctic Monkeys, Them Crooked Vultures, entre tantos outros. Na pop mainstream, Rihanna e Beyoncé continuam no topo e as novas meninas como La Roux e Little Boots deram-se a conhecer em grande estilo e com grandes canções merecedoras da luz de estrelas. 2009 foi o regresso dos U2 ao melhor, no melhor disco desde, talvez, "The Unforgettable Fire" de 1992.
Quanto a discos editados em Portugal, os destaques são óbvios e em grande quantidade: Micro Áudio Waves, B Fachada, Samuel Úria, Os Golpes, David Fonseca, Million Dollar Lips, Diabo Na Cruz, Doismileoito, Macacos do Chinês, Três Cantos, Smix Smox Smux, Os Quais, Legendary Tiger Man. Voltou a ser um ano em que se fez muita e boa música portuguesa e em que cantar em português parece estar na moda, é fixe e é diferente, é novo. Uma óptima forma de olhar para a música portuguesa, baseada num conjunto novo de artistas que trouxeram grandes ideias para a nova música deste país, não só em português como em Inglês, ao longo de toda a década, com pretensões de internacionalização conseguida muitas vezes a pulso. Espero que as pessoas não entrem em modas exageradas e hiper-patrióticas e que saibam ver o que é bom e não é sem o preconceito generalizado da língua, comprando bons discos de artistas portugueses.

Em outras áreas, não há grandes destaques a fazer. A televisão portuguesa só tem quase interesse se for por cabo, e no cinema, há muito dinheiro mas nem sempre as ideias têm algo cinematograficamente interessante. Por isso, Jon Stewart continua igual a si próprio, tal como Conan O’ Brien que passou para o horário nobre; também a Liga dos Últimos continua em grande forma e o 5 Para a Meia-Noite é finalmente o programa que junta entrevistas, gente à frente e atrás das câmaras, humor, convidados e conteúdo digno de aposta, sem esquecer o magnífico "Daily Show" versão Gato Fedorento (algumas vezes talvez muito colado ao original e algo desinspirado) e Os Contemporâneos. Quanto a séries, para além das excelentes “House”, "Weeds", “Lost”, “Flight of The Conchords”, “Dexter”, “Family Guy” ou “Heroes”, há a adição de séries como “90210”, “Mad Men”, “Flashpoint”, “Flashforward”. A rádio perdeu António “The Greatest” Sérgio e ainda não consegue deixar de ir atrás dos fenómenos do momento e apostar numa programação sólida e racional segundo uma linha definida para o ouvinte. É isso que, felizmente, a Radar, a Antena 3, a TSF e a Oxigénio têm feito com grande coragem e brilhantismo: o programa sobre António Sérgio que ocupou toda a noite é o melhor presente que se pôde dar a quem gosta de rádio.
Quanto a filmes, os óbvios “Public Enemies”, “Inglorious Basterds”, “District 9”, “A Troca”, “Capitalismo: uma história de amor”, “Moon”, “Ice Age 3”.

Sublinhando a linha que fica deste post, fica em ideia de ironia “Take It or Leave It” pelos The Screening (não é uma versão dos Strokes) e “Loaded” ao vivo, dos The Idle Hands. Sejam felizes!





THE SCREENING: TAKE IT OR LEAVE IT live (2006)


THE IDLE HANDS: LOADED live (the heart we broke on the way to the show, 2009)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

MUSE, 29/11/09, PAVILHÃO ATLÂNTICO



Quase no final do mês de Novembro, chegou o dia em que os Muse voltaram a Portugal para um concerto em nome próprio e satisfizeram por completo as expectativas de quem os quis ver, fosse fã mais recente ou mais antigo de "Matt Bellamy e amigos".
Antes do "apocalipse" anunciado, os Biffy Clyro encarregaram-se de abrir a noite entreligando canções de álbuns anteriores ("Puzzle") com as canções de "Only Revolutions", o novo CD. Arrancaram bastantes aplausos de uma audiência não muito conhecedora do seu trabalho, embora tivessem sido prejudicados pelo som demasiado alto do Atlântico, som este que por vezes conseguia deixar perceber as boas canções dos Biffy Clyro, como foi o caso da nova e excelente "Bubbles".
A aproximação ao concerto foi feita rapidamente com os olhos postos numa excelente animação projectada em que no meio do palco parecia estar um prédio com pessoas a subir escadas...mas que de repente começaram a cair. Não mais dúvidas restavam: estávamos perante um espectáculo audiovisual inovador e carregado de drama.
Sem pensar, a expressão "cair o pano" torna-se mais sui generis que nunca e surgem os 3 rapazes elevados acima do chão numa plataforma onde também surge vídeo, bem como no painel superior que suportava as luzes do concerto. "Uprising" foi o tema escolhido para começar a marcha em direcção a uma noite inesquecível feita das grandes canções dos Muse do passado e de grande parte do novo registo "The Resistance". Sempre acima do palco, seguiram-se "Resistance" e, sem o vocalista ao piano, uma "New Born" inesperada e sempre arrepiante. Finalmente descem ao nível do palco, para voltar a subir mais tarde na hora de "United States Of Eurasia"e no encore. Antes deste, o Pavilhão Atlântico abalou quando, após irrepreensível cantoria das letras das novas músicas também elas tocadas sem falhas, a plateia é por fim introduzida a "Plug In Baby" e "Time is Running Out" e pôde finalmente extravasar toda a energia contida que serviu para se ouvir a exibir para si mesma os refrões destas duas músicas, antes da nova "Unnatural Selection".
Então finalmente houve tempo para travar o frenesim alucinante e receber ao piano acima do palco Matthew na inesperada "Exogenesis Symphony Part 1: The Overture". Mas o frenesim voltou para cobrar "Stockholm Syndrome" e a final "Knights of Cydonia", para acalmia de todos e balanço final das canções que falharam num alinhamento certo e sem regressos mais profundos ao passado dos Muse.Na despedida, Dominic Howard, o baterista, fala com calor ao público e partilha a satisfação dos Muse pelo ambiente que sempre encontram em Portugal, prometendo uma visita, entretanto já confirmada, em 2010.
Se o melhor concerto do ano, se um dos melhores, não houve decerto lugar para desencanto no final de tão grandioso momento.


Alinhamento:

Uprising
Resistance
New Born
Map of The Problematique
Supermassive Black Hole
MK Ultra
Hysteria
United States of Eurasia
Feeling Good (Nina Simone)
Guiding Light
Undisclosed Desires
Starlight
Plug In Baby
Time is Running Out
Unnatural Selection

Encore

Exogenesis Symphony Part I: Overture
Stockholm Syndrome
Knights of Cydonia

P.S: Este texto também pode ser lido em www.nucleoradioaefful.blogspot.com

KINGS OF CONVENIENCE, 4/11/09, COLISEU DOS RECREIOS


No dia 4 de Novembro os Kings of Convenience, Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe, estiveram no Coliseu da capital com o propósito de divulgar as canções do novo "Declaration of Dependence", embora como esperasse não tenham deixado de fora os anteriores dois álbuns que são claramente presença obrigatória no memorial discográfico desta década.
Na primeira parte esteve Javiera Mena, a única cantautora que fala espanhol que Erlend diz conhecer, actuação que serviu para mostrar algumas boas canções mas acima de tudo a impaciência do público ansioso por ver o duo norueguês em palco.
Chegados a palco, Erlend e Eirik atiraram-se de pronto a uma sequência de 3 temas do novo longa-duração, "My Ship isn't Pretty", "24-25" e "Me In You". Não totalmente rendida, a plateia era, todavia, um poço de silêncio respeitador interrompido no final dos temas por aplausos convictos mesmo dos que não conheciam o novo CD todo. Entre canção e canção, começava o show de Erlend com Eirik a dar também algumas ideias, em que se falou do carinho que o duo vê no público português e que preferia ouvir em forma de estalidos nos dedos e não de palmas que desencontradas no tempo chegavam desencontradas ao ouvido de Erlend, do desagrado de Erlend de ser fotografado (de tal forma que interrompeu o concerto só para fazer poses fotográficas), e também da primeira vez que Portugal os viu (2001) ao contrário da primeira vez que Espanha os viu (...2009). Um ambiente perfeitamente caseiro, com histórias e histórias curiosas e engraçadas, de comunhão entre público e audiência, que com o desfilar dos grandes temas de álbuns anteriores ("Misread", "Love is No Big Truth", "Know-How" e "Homesick" entre outros) começou lentamente a soltar os pés da cadeira, a cantar letra a letra sem cessar, a entrar dentro do espectáculo.
Já com a ajuda de Tobias Hett no violino e David Bertolini no contrabaixo, os Kings of Convenience ingressam num sem-fim de melodias tranquilas, começando em "Stay Out of Trouble" e passando pela inesquecível "Misread" sem piano, em que Erlend convidou a plateia a levantar-se e a estar como quisesse. Seguem-se "Boat Behind" e, para surpresa geral, "I'd Rather Dance With You" em versão acústica mas com o ritmo mexido intacto, no clímax em que qualquer um pôde entrar para o palco e dançar com um Erlend tomado por inocência infantil, dançando e dançando até se refugiar com os colegas na parte de trás do palco. Mas o espectáculo tinha de continuar, porque "Cayman Islands" não poderia faltar, seguida neste caso de "Little Kids", cantadas ambas em uníssono com os espectadores. Erlend mostrava o público o que este podia e queria fazer, espalhava liberdade mas também pelo meio simulou um trompete com a boca na interpretação sensacional da melodia da "Pantera Cor-de-Rosa" e cantou quase em brasileiro perfeito "Corcovado", um original de Tom Jobim.
No fim de contas, tudo não passou de uma alegre brincadeira de crianças em corpo adulto, a que foi impossível não sorrir involuntariamente de alma cheia.

Alinhamento:

My Ship Isn't Pretty
24-25
Me In You
Love Is No Big Truth
I Don't Know What I Can Save You From
Second To Numb
The Power of Not Knowing
Singing Softly to Me
Homesick
Know-How
Stay out of Trouble
Mrs. Cold
Renegade
Rule My World
Misread
Boat Behind
I'd Rather Dance With You

Encore

Corcovado (Tom Jobim)
Cayman Islands
Little Kids

P.S: Este texto também pode ser lido em http://www.nucleoradioaefful.blogspot.com/

domingo, 4 de outubro de 2009

Sinto-me pesado como um saco de areia...
Não! Sinto-me como uma flor em Marte!
Desespero: sinto-me apenas cheio de pedras
que me tornam vazio e sem fim

Não as respiro nem as sorvo
Tudo parece uma feira de vaidades
um triste festim

Porque o que devia esticar como a sola dos meus pés
Quebrou-se p'ró que resta de mim

My_Little_Bedroom

domingo, 30 de agosto de 2009

[NÚCLEO DE RÁDIO] THE DOUPS






Estamos em pleno fim de férias e quase de volta à actividade. Num Verão rico em Festivais e música, muito se passou e abafou a chamada "silly-season".

Se estamos de volta à actividade, também a faculdade está aí...

(ahm...time to rewind...)

Coisas importantes: quem se lembra dos The Doups? Estiveram, para minha surpresa, nas Purple Sessions versão 09, pois já os conhecia da Internet e da blogosfera e não acreditava que pudéssemos ter o privilégio de ter uma banda jovem mas já tão bem organizada a concurso. Foi o que desde sempre mostraram, com a postura profissional mas aberta, como pude ver pelas poucas palavras que pude trocar com o André, baterista da banda, pelo o EP que já sabia ter sido gravado em Inglaterra a convite de Harvey Birrell que já tinha produzido temas dos Buzzcocks, por exemplo, e depois pela actuação, onde se viu uma banda perfeitamente entrosada e ciente da sua música, não escondendo as raízes do que tocam, e com "Try Lie Die Whatever" como um single mais que óbvio. Não foram premiados, e com prémio ou sem prémio já eram uma banda com boas perspectivas de internacionalização, até mais do que lançamento no mercado nacional pelo que me pareceu.

Durante as férias, pesquisei vídeos dos The Doups na Internet a propósito do festival Rock One e fiquei a saber que os The Doups integraram com cerca de 900 bandas um concurso chamado "Supajam Fast Track to FIB" que lhes poderia dar acesso a um dos palcos deste ano do Festival Internacional de Benicassim, um dos mais prestigiantes de toda a Europa (e cujo line-up podem ver no fim do artigo) e que sustenta inevitavelmente os nossos festivais, dado ser em Espanha e permitir às bandas fazer um pequeno desvio e tocar em Portugal, como aconteceu este ano com os The Killers. No final, integraram o TOP5 das melhores bandas e puderam tocar em Londres para casa cheia e um painel relevante de júris da indústria musical mundial, e apesar de não terem ganho, puderam ir a Benicassim com todas as despesas pagas e assistir em pleno palco aos Franz Ferdinand. Um feito de assinalar e registar com o maior prazer; mais uma prova que temos um mercado pequeno mas de potencial exportação com sucesso e sem complexos de inferioridade.
Não pretendendo ou conseguindo ser especialmente inovadores, têm uma frescura pouco vista no som e a certeza de não serem mais uma promessa musical.


A 14 de Setembro sai o novo EP dos The Doups, "Six O' Clock Shadow". Em baixo fica o fantástico cartaz do FIB 2009 e "Try Lie Die Whatever" tocado ao vivo no Pigalle Club, em Londres.




Podem ler esta notícia e outras no (desactualizado) blog do NR-AEFFUL: nucleoradioaefful.blogspot.com

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A pop caiu também

"O mundo é para quem nasce para o conquistar.
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão."


TABACARIA

Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)


Estafadíssimo de mais uma época de exames desgastante, cheguei a casa apenas às 11 da noite.
Fui matar saudades do poder informativo da Internet e correr todos os sítios de interesse intelectual, incluindo alguns sites informativos americanos. Entretanto, li um título. "Michael Jackson morreu". Pensei que era mais uma paródia feita de paragonas no título. Percebi que havia alguém que tinha mesmo avançado com essa notícia, mas era o TMZ.com (sítio sobre o qual ouvi palavras incrivelmente duras ontem nos media portugueses, que não admitem menos que uma "conspurcação" da vida dos famosos feita nesse site). Meia-hora depois, todo o Mundo começou a falar sobre este acontecimento. E, no fim, acordei ainda mais cansado do que já estava antes de tudo isto.

Não há muito a dizer de alguém que aos 5 anos, já era cabeça-de-cartaz de uma banda, por sinal os Jackson 5, nenhuns desconhecidos.

Recordo com imensa saudade já "Beat It", uma das mais gigantescas canções "pop" alguma vez feitas. Quando parecia finalmente começar a granjear dentro do público global que o conhece mais ou menos bem um estatuto definitivo de indefectível na cultura pop depois de abafado por quase 20 anos de decadência a vários níveis, quando o único disco que até hoje vendeu mais de 100 milhões de cópias em todo o Mundo e que é o "sonho americano" da indústria discográfica mundial fez 25 anos, quando artistas vários lhe foram mostrando respeito e raízes (veja-se o caso dos Fall Out Boy que fizeram uma cover de, precisamente, "Beat It"), quando prometia voltar para um último adeus, o estuque caiu.

Tudo o que representa a canção em vídeo encontra-se veiculado no comentário que fiz hoje no PLANETA POP:

"Nem de propósito, quando soube da notícia tinha acabado de chegar a casa e estive toda a noite a ver a sky e a CBS. Foi também a música que me veio logo à cabeça e a que mais gosto, sem dúvida. Resume tudo o que Michael Jackson foi: o protótipo perfeito de estrela pop, com uma grande equipa atrás, mas com qualquer coisa a mais que os demais, qualquer coisa a mais para a sua época. Um arquétipo díficil de esquecer e suplantar pelas ruas da pop contemporânea para massas, sem dúvida."



sábado, 18 de abril de 2009

III PURPLE SESSIONS

























Sim, finalmente, as Purple Sessions estão aí.
Nas próximas 2 semanas passarão pelo MusicBox 6 exemplos da vitalidade da música portuguesa em diversas vertentes.
As expectativas, talvez, estarão mais altas que nunca, portanto conto com a presença de todos no MusicBox.

Divulguem e apareçam! Não há como se arrependerem...

sábado, 4 de abril de 2009

...REPEAT ON REPEAT ON...



Um dos hinos indie-pop de 2009.
Para ouvir a tirar polaroids de irreverência com uns ténis quaisquer muito "trendy" que insistem em saltar do banco de jardim quando o flash dispara.
É assim a juventude: é termos a consciência que algo jovem nos torna velhos, mas o prazer será sempre o mesmo.

P.S: O vídeo é um demente romance de criaturas tão delirantes como o sentido pop deste tema.

quarta-feira, 1 de abril de 2009



Tempo de me voltar para os álbuns antigos dos Animal Collective e revê-los pela ducentésima vez.
Agora sim, estou arrasado de ter sido tão facilmente conquistado por um disco deles.
Fabuloso! Certamente um dos álbuns do decénio até.

P.S: Vou continuar a votar nesta canção na pull do blog da Radar quantas vezes que conseguir! Entretanto, alguém que me diga a que "curls" se referem estes senhores...é que deles já espero absolutamente tudo. Vou tomar isto como uma canção dementemente psicadélica que pode levar ao choro convulsivo numa "trip" de cogumelos sobre uma história onírico-romântica qualquer passada num qualquer sonho...

domingo, 29 de março de 2009

PLAYLIST - 9/3/2009















Depois de algum tempo em que diversas coisas impediram o normal funcionamento da Rádio da AEFFUL (ex: campanha eleitoral em finais de 2008), eis que agora, com a reorganização devida, estamos prontos para o que resta deste ano de actividades 08/09, com as Purple Sessions no horizonte. Durante a semana, elegemos os Radiohead para "Artista Da Semana", e coube-me a mim fazer parte das minhas duas horas deste dia passando "OK Computer", o ou pelo menos um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos, por sinal.
Fica a playlist:

RADIOHEAD - OK COMPUTER

1. Airbag
2. Paranoid Android

3. Subterranean Homesick Alien
4. Exit Music (For a Film)
5. Let Down
6. Karma Police

7. Fitter Happier
8. Electioneering

9. Climbing Up The Walls
10. No Surprises
11. Lucky

12. The Tourist

MUSE: muscle museum (showbiz, 1999)
JOY DIVISION: heart and soul (closer, 1980)
THE LAST SHADOW PUPPETS: standing next to me (the age of the understatement, 2008)
TV ON THE RADIO: halfway home (dear science, 2008)
PORTISHEAD: wandering star (live, 1995 - original incluído em dummy, 1994)
MUTE MATH: noticed (mute math, 2006)
BLOC PARTY: zephyrus (intimacy, 2008)
RITA REDSHOES: your waltz (golden era, 2008)
THE KILLERS: human (day & age, 2008)
WRAYGUNN: everything's gonna be ok (shangri-la, 2007)
INTERPOL: pda (turn on the bright lights, 2001)

Infelizmente, a fechadura da porta da sala da rádio está inutilizável, e até agora, vá-se lá saber porquê, ainda continuamos à espera de podermos retomar as emissões. Recorde-se que também estamos limitados a transmitir apenas na sala anexa ao bar da FFUL, para que não haja mais incómodo com quem passa pelo bar durante a semana. Estamos a estudar a hipótese de colocar colunas na esplanada para que possamos ser mais, e quem sabe, melhor escutados e para que possamos finalmente ter em definitivo o nosso espaço na FFUL.

Saudações a todos.

André Gomes de Abreu
NR-AEFFUL
(nucleoradioaefful.blogspot.com)
2ª e 4ª Feira - 14/16h




Hoje peço desculpa por tudo
Em especial por perecer
E aos que já me salvaram
A todos os que algum dia
Não poderão ser conjugados amigavelmente com "conhecer"

"I'm so sorry"

P.S: Personal Jesus = Morrissey

sábado, 14 de março de 2009

PURPLE SESSIONS




PURPLE SESSIONS? AHN?


Sim. Este é O projecto do Núcleo de Rádio da AEFFUL e que muito contente me tem deixado, já que este ano me juntei ao núcleo.


Porquê o nome Purple Sessions?

Faz sentido, na medida que a cor do curso de Ciências Farmacêuticas é o roxo. O resto é puro prazer ou desprazer auditivo ligado ao marketing.


O que são as Purple Sessions?

As Purple Sessions são um concurso de novas bandas portuguesas que, em regra geral, não têm LP's editados.


Há quanto tempo existem?

As Purple Sessions vão na sua 3ª edição, existindo logo desde a formação do Núcleo de Rádio.


Onde é que se realizam?

As Purple Sessions realizam-se no MusicBox, em Lisboa, em datas não fixas.


Qual o formato das Purple Sessions?

Este ano, as Purple Sessions são compostas de 2 dias onde actuarão um total de 6 bandas, 3 por cada data. Depois de ouvidas todas as bandas, é escolhida no final da última data a banda vencedora.


Quem é que foram os vencedores das 2 anteriores edições?

A primeira edição das Purple Sessions realizou-se em Maio de 2007, com mais de 15 bandas inscritas. Os vencedores foram os Bar. Na 2ª edição, em Abril de 2008, os vencedores foram os Soulfato.


Quando será a edição deste ano?

No início do mês seleccionámos 6 bandas de um lote de 16 com base em maquetes ou EP's que nos enviaram. Brevemente teremos as datas e os line-ups de cada dia.


Mais informações, consultem o blog do Núcleo em nucleoradioaefful.blogspot.com ou o regulamento das Purple Sessions em purplesessions.blogspot.com/. Podem também encontrar-nos na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.


Diz quem sabe que este ano temos mais uma vez bandas a sério...mas chiu que ninguém sabe!eheheh


Apareçam!






domingo, 8 de março de 2009


Whenever we hold each other
We hold each other
There's a feeling that's gone
Something has gone wrong
And I don't know how much longer I can take it
House made of heart break it
Take my head in your hands and shake it
in this near wild heaven
Not near enough.


Living inside
Living inside
Near wild heaven


Whatever it takes I'm giving
It's just a gift I'm given
Try to live inside
Trying to move inside
And I always thought that it would make me smarter
But it's only made me harder
My heart thrown open wide
In this near wild heaven
Not near enough.

Living inside
Living inside
Near wild heaven


I'm holding my hands together
I'm holding my feet together
I'm holding myself together
In this near wild heaven
Not near enough


Sem dúvida que a homenagem a uma música é, simplesmente, ouvi-la. Obrigado ao VH1 pelos fins-de-semana dedicados aos U2 e R.E.M.

Talvez decida brevemente deixar de dizer que esta é uma das minhas músicas favoritas de sempre de uma das bandas da minha vida para ter a desonra de usar tão grande memória como uma aguarela de qualquer banal coisa que aconteça...



R.E.M: NEAR WILD HEAVEN (OUT OF TIME, 1991)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Quem, onde, quando...?

Há quanto tempo não treino os meus sonhos?
Parecem electrónicas avariadas, aparelhos queimados
que cheiram a perfume ao sabor do vento
Concentro todos os meus pequenos músculos
na inércia com que os próprios sonhos se queimam vivos
como se fosse eu Deus e eles as blasfémias
a minha companhia preferida para jogar às escondidas
e desafiar todos os meus pesadelos acordados
para um sem fim
de estrepitosas boémias
sem mim

Logo de seguida
Assalta-me um pânico enorme
De conseguir escrever tudo o que quero
Como se fosse fácil
E não tivesse mais que

um fantasma de mente descaída e disforme

My_Little_Bedroom
26/2/09



LAMBCHOP - SLIPPED, DISSOLVED AND LOOSED (OH (ohio), 2008)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A MELHOR CANÇÃO DE 44 EDIÇÕES DO FESTIVAL DA CANÇÃO RTP

É verdade, tenho quase 20 anos e não trocaria a noite de ontem, primeiro em casa, depois em convívio com alguns amigos, a descobrir qual seria a canção eleita pelos Portugueses que se interessaram por tentar escolher a melhor canção de entre 44 canções vencedoras dos Festivais da Canção da RTP por qualquer festa de Entrudo. Até digo mais: no mínimo, o Carnaval provoca-me, no geral, indiferença. Dos tempos de estudante sobram as férias, dos tempos de trabalhador irão restar o feriado e eventuais tolerâncias de ponto que deixem a faculdade de poder passar bem longe de mais consumismo e de mais confusão - não poderia ser de outra forma quando todos nós escolhemos a mesma noite para celebrar...o mesmo.
Apesar do pretexto mais profundo deste conceito de concurso composto por 4 sessões semanais em que 3 canções foram escolhidas para totalizar uma dúzia que pudemos observar e escutar 2 vezes na antena da radiotelevisão portuguesa ser de raiz mais uma terrível tentativa de singularizar e reduzir a pequenas sentenças o gosto plural do espectador, e evidentemente, o de obter audiências e de certamente afimar num panorama televisivo generalista de 4 canais de vez que "a televisão é para velhos, o trabalho para os novos", era à hora neste mesmo panorama o programa talvez mais estimulante que poderia ser presenciado, podendo nós relembrar 12 excelentes canções que, embora sendo todas de um passado mais ou menos recente e de ancorarem a percepção dos telespectadores a um passado musical que parece não poder ser sequer igualado, são, definitivamente, 12 excelentes poemas. Pena que tenho de quem não tem, como eu tenho ao lado, TV por cabo...
Ao longo destas 4 semanas, de tudo houve. Versões péssimas e tão boas ou melhores que as originais, e na grande final, uma cantora rouca e um cantor que se esquece da letra de "Playback" de Carlos Paião. Uma autêntica rollercoaster!

Duas figuras emergiram subrepticiamente por marcarem presença em mais de uma canção eleita: Simone de Oliveira, a intérprete de voz refulgente do "Sol de Inverno" e d' "A Desfolhada Portuguesa"; Ary dos Santos, o poeta (e declamador) extraordinário responsável pela poema/letra desta última canção e de "Menina" de Tonicha.

Mas qual afinal a MELHOR CANÇÃO? Noutro programa havia sido eleita como melhor canção portuguesa "Cinderela" de Carlos Paião. Aqui havia "Playback" para votar, que até terá sido uma das mais votadas, mas quem venceu a contenda foi "Senhora do Mar", a canção vencedora do 44º Festival da Canção RTP, de 2008.
Não querendo ofender ninguém em Portugal por fazer finca-pé da minha embirração com o facto de ter de escolher uma canção favorita, escolher a canção mais recente como a melhor canção da história do Festival da Canção RTP tem uma possível explicação empírica associada (foram apenas os madeirenses e que terão votado? Até poderiam ter sido os mais jovens...mas onde estavam eles a essa hora?) tão absurda como o conjunto das razões não objectivas que poderemos encontrar para explicar tamanha efeméride - mesmo reconhecendo que a sua presença neste lote de 12 canções é inteiramente justa, sendo uma das canções da minha preferência.

Para terminar, deixo a lista das 6 canções que me encantam mais hoje em dia, recolhendo aqui um vídeo da melhor versão escutada (sempre que a RTP deixar...) e da mais marcante ou mais bela interpretação do cantor original:

"TOURADA" - FERNANDO TORDO




"MENINA" - TONICHA






"UM GRANDE, GRANDE AMOR" - JOSÉ CID




"A DESFOLHADA PORTUGUESA" - SIMONE DE OLIVEIRA






"PLAYBACK" - CARLOS PAIÃO




"E DEPOIS DO ADEUS" - PAULO DE CARVALHO



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

OASIS @ PAVILHÃO ATLÂNTICO, 15/2/09

Créditos da foto: Rita Carmo, fotógrafa colaboradora da revista "BLITZ"


Podem ler esta resenha também em nucleoradioaefful.blogspot.com



No passado Domingo, os irmãos Gallagher e companhia desfilaram durante cerca de 2 horas e meia grande parte dos seus êxitos, embora tendo sempre como pano de fundo o mais recente "Dig Out Your Soul", do ano passado. A promoção do espectáculo mostrou-se bastante eficaz e foi suficiente para ajudar a esgotar os bilhetes disponíveis para a plateia em pé. Mas...muitos
faltaram ao combinado e ficaram por casa, muitos dos que ficaram em pé não tiveram a melhor vista para o palco e muito faltou para, ironicamente, colocar este bom concerto noutro patamar que não o de um vulgar trabalho executado com virtuosismo, em alguns momentos, mas sem brilho. Filhos quase irmãos de um tempo de transição entre os tempos de Madchester, dos quais os Stone Roses fizeram parte e fazem vinco na personalidade dos Oasis, e a descendência brit-pop, os Oasis não entretiveram como se poderia esperar depois de um regresso discográfico com bom gosto. O problema maior? Não se divertiram, sequer, à excepção de quando, dentro do seu inglês acelerado, Noel Gallagher pediu que José Mourinho cedesse aos milhões e fosse treinar o seu Man City - fãs tão arrogantemente confiantes certamente o special one não tem em Milão. Juntando a tudo a uma audiência sedenta de êxitos planetários que os Oasis não têm em abundância e não fidelizada ao seu trajecto, desconstruiu a química psicológica que um bom desempenho vocal e instrumental e um excelente espectáculo visual em rectaguarda tentaram cimentar. "Rock 'n' Roll Star", "Lyla", "I'm Outta Time", "The Importance of Being Idle", "Morning Glory", "Falling Down" e a excelente "Champagne Supernova" foram exemplos bastantes para sair do concerto com boa recordação. No duelo "Wonderwall"/"Don't Look Back In Anger", a última canção ganhou claramente, pondo o público a cantar sem mácula o refrão, aí sozinho, e o que mais houvesse num grande marco musical nos singles de 90. Para acabar, inesperadamente porque se esperava outro "encore", "I Am The Walrus", um tema dos Beatles, que tal como John Lennon, teriam dado algum dedo para escrever e compor um ou dois temas da discografia dos Oasis. In the end, fica-se sem saber se o amor, em ressaca de 14 de Fevereiro, terá ficado em casa ou terá estado nos casais que estiveram ao lado de pais e filhos na maior sala de espectáculos de Portugal e que não viram as deslumbrantes "Stop Crying Your Heart Out" e "Don't Go Away".



ALINHAMENTO:

Fuckin' In The Bushes

Rock'n'Roll Star

Lyla

The Shock Of The Lightning

Cigarettes & Alcohol

The Meaning Of Soul

To Be Where There's Life

Waiting For The Rapture

The Masterplan

Songbird

Slide Away

Morning Glory

Ain't Got Nothin'

The Importance Of Being Idle

I'm Outta Time

Wonderwall

Supersonic



ENCORE

Don't Look Back In Anger

Falling Down

Champagne Supernova

I Am The Walrus

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

É preciso muito para me fazer desistir de um certo artista ou banda em que vejo qualquer coisa. Isso está a acontecer com os Snow Patrol a qualquer momento, direi eu. Entretanto, 2008 (sim, em termos musicais ainda não estou em 2009…enfim) foi, tal como todos os anos, ensaio para muitos – os que deviam e não deviam – e palco quase para outros tantos. Foi o caso flagrante do sucesso em grande escala de “Only By The Night” dos Kings of Leon, por quem se via claramente que a “blogosfera” e a crítica musical pouco dariam. Um sucesso que louvo até porque os Kings of Leon têm trilhado o seu caminho calmamente e têm-me marcado consecutivamente com os seus discos.
Outro caso que a certa altura já me dava cabo da cabeça, até porque neste ano ouvi muita muita RADAR FM, foram os Ben Folds. Se há canções que vêm estampadas como “Outono-Inverno” e que podem claramente sobreviver no giradiscos ao pé da lareira (vou-me servindo do meu como posso claro…com tanto frio e stress) como no rádio do carro de cabelos ao vento e risos alados, “You Don’t Know Me” é disso um extraordinário arquétipo. Fundamental em 2008.


P.S: Sabe bem acordar e ouvir coisas certas, como Nuno Markl a dizer que é a primeira vez em vários anos que não acha esta música dos U2 igual a todas as outras. Eu incluiria nesse grupo também "Vertigo", mas não poderia estar mais de acordo. Saudades extremas de "Achtung Baby" que se vão tornando cada vez mais palpáveis...
Infelizmente, João Aguardela faleceu aos 40 anos e esquecido por este Portugal. Tive o prazer de ver 2 vezes A Naifa e gostava imenso que tivesse sucumbido ao cancro com a aclamação devida. Se pudesse e se não fosse por mal, gostava de ir ao funeral...




BEN FOLDS - YOU DON'T KNOW ME (WAY TO NORMAL, 2008)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Jesus nasceu mais tarde? Buda zangou-se e veio cá espreitar?
Continuo sem perceber o que é que a passagem do tempo nos pode salvar. Só se o tempo se encarregar de levar consigo os que não mostraram cá em vida, nem em surdina, a sua "magia negra". Que esperança pode trazer mais um novo ano?
É típico: devo andar muito errado e devo ver tudo isto ao contrário.
Mas de uma coisa tenho a certeza: muitos desses humanos são mais do mesmo.

P.S: É arrepiante ler o primeiro comentário a este vídeo no YouTube...


CARLOS PAIÃO - PLAYBACK
(VERSÃO ORIGINAL DA CANÇÃO A CONCURSO NA EUROVISÃO DE 1988 POR PORTUGAL)